12 de janeiro de 2013

Poema do brechó - abril/2006

Poema do brechó
(atrás de uma nota fiscal de supermercado)



[balança a cabeça]
Os tomates pintados.
Os pássaros opacos.
Currupaco. Currupaco.
O papagaio amarelo gritava “Louro quer biscoito!”
Mas os biscoitos são coisas da vida e não do mundo.
As bolachas de chope de tomate são legais, mas são impermeáveis.
Elas são da vida e não do mundo.
Sempre.
Cláudia diz: “Acho que o significado do poema são coisas que estão aqui, mas não deveriam estar. Vamos pro árabe comer esfihas”.
Renata diz: “Fica aí. Toma mais uma cerveja. E falar sobre as coisas é coisa que não interessa a ninguém”.
Pareceria tão profundo se não fosse tão idiota.
“Idiota é tua mãe e não enche o saco” – disse o papagaio.
Cadê meu biscoito?
Obrigado e volte sempre.


Bar do Brechó Túnel do Tempo – Abril/2006

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